Gosto da ideia de por todos cientes da página em que eu me encontro, até para ter um feedback se eu realmente estou no lugar que julgo estar. De todo o modo, esse é o lugar em que eu me encontro ou ao menos penso que deveria estar.
Desde pequeno eu tenho um certo fascínio pelo astrofísico Carl Sagan, desde que, lá pelos idos de 1980/81, o programa "Cosmos" chegou a mim, através da tela da velha tv Sharp da família. Era uma viagem, própria, dentro da viagem do cara.
Certo dia ele deu uma explicação, simples, inteligente e que fez (e faz) toda a diferença sobre quando e onde estou no mundo. Era o calendário cósmico...
A ideia era de comprimir todos os bilhões de anos do universo em um único ano. Assim, resumidamente, no topo da imagem, seria o dia 1º de janeiro do calendário, quando aconteceu o "Big Bang", o princípio do nosso universo. Ao longo dos dias, semanas e meses, os eventos universais viriam acontecendo, formação da "Via Láctea" e outras galáxias, surgimento do nosso sistema solar, planetas e da terra, as primeira células, o oxigênio, a atmosfera, os dinossauros e sua extinção... E, finalmente no dia 31 de dezembro, nós, os seres humanos, entramos em cena e este texto está no limiar do próximo segundo cósmico.
Isso deixa-me como os pés no chão e com a exata compreensão de onde estou no universo, embora estejamos em um braço espira da galáxia, a uma velocidade de 828.000 km/h, cerca de 230 km/s. Se considerarmos, ainda a velocidade em que a Terra circunda o sol, 107.000 km/h, cerca de 30 km/s (translação) e a velocidade em que a Terra gira entorno de si mesma (rotação), 1.670 km/h, cerca de 465 m/s.
Essa irrelevante informação para o cotidiano de cada ser vivo neste planeta, é para mim, uma referência precisa sobre a imprecisão da vida... Estamos aqui, em uma viagem, eterna, que começou antes de todos (qualquer um conhecido ou desconhecido) e continuará depois de todos nós (Qualquer um pretendido ou imaginado).
E, nesta viagem, embarcamos no final do último dia e já catalogamos incontáveis guerras, sendo duas de abrangência mundial, vários avanços tecnológicos impressionantes, modelos políticos e econômicos questionáveis, algumas conquistas sociais e colocamos a nós e o planeta a beira de uma crise climática potencialmente extintiva.
Esta é a minha visão da "página" em que me encontro no tempo e espaço.
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Grato pelo seu comentário. Desculpe-me se eu não responder ou, quiçá ler, o tempo é curto e os ponteiros só rodam em uma única direção.